Apesar do uso intenso das mídias sociais nas campanhas, a mídias tradicionais ainda são as plataformas que recebem mais atenção
Texto: Avelino Mateus
Edição: Profa. Viviane Maia
Em tempo de eleições, na contemporaneidade, as mídias sociais são uma realidade instaurada, seja por meio de sites, blogs ou redes sociais, as discussões estão cada dia mais afloradas. Com as novas regras estabelecidas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2017, a plataforma digital se tornou um meio ainda mais atrativo para as campanhas eleitorais, os candidatos poderão pagar para impulsionar propagandas nas redes sociais, além disso, poderão receber doações de eleitores por meio das chamadas vaquinhas virtuais.
Apesar do meio virtual estar ganhando cada vez mais espaço, as mídias tradicionais – televisão, rádio e impresso – ainda são as plataformas que recebem mais atenção para a propaganda política. A imagem do candidato seja talvez a maior preocupação nessas eleições, com os últimos escândalos de corrupção e a revolta da população, o brand dos candidatos volta-se principalmente para campanhas institucionais, a figura do não-político cresce constantemente, sugerindo aos candidatos que reposicionem suas marcas.
Para discutirmos melhor essa relação entre mídia e eleições, conversamos com o pesquisador em comunicação política, professor, consultor de marketing e comunicação, Marcos Marinho, que ministrou a aula magna do semestre 2018/2 para os alunos de Jornalismo e Publicidade e será um dos debatedores da mesa-redonda Comunicação e Política em Período Eleitoral, na próxima segunda-feira, 17 de setembro, das 19h às 22h, no auditório da unidade Bueno. Confira a entrevista a seguir.
Araguaia On Line – Com a ascensão das mídias sociais nos últimos anos, elas se tornam mais importantes em campanhas eleitorais ou a mídia tradicional ainda é a principal plataforma de propaganda?
Marcos Marinho – Vivemos um novo paradigma da comunicação onde as multiplataformas devem ser observadas e utilizadas como forma de acessar, conquistar, mobilizar e engajar os eleitores. A comunicação deve ser pensada de acordo com as características de cada canal e do target (alvo) que se pretende acessar. É ultrapassado, na minha opinião, esse debate sobre quem é mais importante.
Até onde a influência das mídias sociais pode afetar o resultado final das eleições?
Até onde elas forem bem planejadas, integradas às outras plataformas de comunicação e ações de campanha e, principalmente, trabalhadas de modo estratégico e profissional, com conteúdo bem feito e adaptado aos canais em uso. Quem não entende as funções reais das ferramentas da web acaba por atribuir a elas uma expectativa inalcançável.
Tem se vendido a imagem do “não-político”. Você acha que a fadiga do eleitor e uma busca pela renovação colaboram para que os candidatáveis reposicionem os discursos?
A imagem do não-político é sim um mote que está em uso. Porém, a meu ver, não cola para todos os cargos e já não tem o mesmo apelo que teve em eleições passadas.
As eleições deste ano terão um curto tempo de campanha. O que mais conta na imagem do político para conquistar adeptos? E qual a melhor estratégia de comunicação considerando o tempo de campanha?
O que mais conta é o trabalho prévio de apresentação e consolidação de imagem. Com o tempo mais curto, candidatos pouco conhecidos possuem menos chances de serem eleitos. A imagem e o discurso devem ser alinhadas à significação que o candidato possui junto aos seu target e, fundamentalmente, coerente com o contexto em que ocorre o pleito. A melhor estratégia é não deixar para fazer o trabalho só durante o período da campanha.