Os serviços informais crescem e se tornam alternativa perante o desemprego
Redação: Eduardo Melo
Edição: Ana Maria Morais
O advento da crise econômica acarretou uma precarização na condição de vida de muitos brasileiros e alguns trabalhadores foram buscar alternativas para continuar sustentando suas famílias. Aplicativos (App’s) de mobilidade e delivery caíram no gosto popular. O Uber, por exemplo, é o grande “boom” nos aspectos da mobilidade urbana, por conta de um valor mais acessível em relação aos táxis e pela facilidade que o aplicativo fornece, tanto no pagamento quanto na qualidade de serviços.
Além disso, a publicidade entra como mediador no consumo direto, alimentando o usuário com cupons de desconto e opções diversas no cardápio; notificações chamativas e criativas são o carro-chefe dos aplicativos.
O aumento no uso dos App’s e a informalidade do mercado de trabalho, influenciam nas relações socioeconômicas, auxiliando, por exemplo, no aumento das vendas de restaurantes e bares, gerando uma gama de empregos informais, seja como uma renda extra ou receita principal de entregadores.
Motorista de aplicativo desde 2015, Danniel Lucas conta que para ganhar uma média de R$200 por dia ele tem que trabalhar por cerca de 10h “Nos finais de semana chego a virar a noite, trabalho por 15h para poder ganhar um pouco melhor”.
Como forma de conseguir uma renda e trabalhar de forma “livre” alguns motoristas podem ter ganhos de até 3,4 mil mensais, segundo a Abrasel, sendo entregadores/motoristas de aplicativo. Existem as vantagens da liberdade de horário e de um ganho garantido, e as desvantagens da ausência dos direitos trabalhistas e de um contrato de trabalho. Além de não ter direito a férias, FGTS, e 13º salário, em caso de acidente de trabalho, o trabalhador estará totalmente desamparado.
Coordenadora de RH e com formação em gestão de pessoas, Flaviana Paulista ressalta: “A informalidade dá uma certa sensação de liberdade, não ter horário fixo e trabalhar quando quer, mas geralmente precisam de uma certa quantidade de horas por dia e com horários, ficam presos ao mercado do aplicativo, carteira de trabalho moderna”. Ela diz ainda que as empresas deveriam criar mecanismos para ajudar o motorista, seja na sua contribuição previdenciária ou em alguns direitos básicos.
O crescimento da informalidade pode ser um risco para um futuro colapso, pois com uma menor contribuição previdenciária e um fundo de garantia, geraria um aumento da desigualdade nos aspectos de renda social e brecaria o crescimento econômico. É sempre bem aceita uma nova forma de emprego e renda, desde que o governo e as empresas privadas forneçam aos seus colaboradores condições e opções para programarem o futuro ou se resguardar no presente.