Transplantes de rins aumentam em Goiás

O aumento é um reflexo dos investimentos estaduais na saúde, segundo a Central de Transplantes de Goiás – CNCDO. (Foto: Divulgação)

Nos últimos três meses, 81 pessoas receberam um novo rim em Goiás, marcando um aumento de 107%


Brenda Bianca, Milva Siqueira, Kaian Felipe, Kethllen Bianca, Luiz Felipe Fernandes e Guilherme Melo


A morte do apresentador Gugu Liberato emocionou todo o Brasil pela maneira trágica que o apresentador perdeu a vida após uma queda em sua casa. Mesmo depois de sua morte, Gugu serviu de exemplo para a muitos pela doação de órgãos, uma atitude que pode inspirar muitos.

Segundo a Secretaria da Saúde de Goiás (SES-GO), o transplante de rins no Estado aumentou em torno de 121% no último mês – foram 31 pessoas no total, sendo equivalente à média de um transplante por dia. Em comparação ao ano passado, o número é maior, que registrou apenas 14 transplantes do órgão no mesmo período.

Somando agosto, setembro e outubro deste ano, 81 pessoas receberam um novo rim. Se comparado com o ano passado, em que o Estado realizou 39 transplantes no somatório dos três meses, 2019 teve um crescimento de 107% no número de transplantados neste último trimestre.

Para a gerente da Central de Transplantes de Goiás (CNCDO), Katiúscia Christiane Freitas, os dados são positivos e já são reflexos dos investimentos que o governo estadual tem realizado na saúde. “Esse crescimento é resultado do incentivo que o Estado tem realizado em todas as instituições, promovendo campanhas de conscientização e investimentos em saúde. Este ano já realizamos 67 campanhas e capacitações sobre o processo de doação de órgãos e transplantes, sensibilizando pelo menos quatro mil pessoas diretamente”, destaca.

Segundo a secretaria, de janeiro a outubro, o Estado promoveu ações diversas em diferentes locais para conscientizar a população sobre a importância de ser um doador de órgãos. Palestras e cursos de formação e atualização realizados em ruas, praças, shoppings, escolas, universidades, estádio de futebol, hospitais e outras instituições públicas e privadas.

Período na fila

A pesquisa revela, também, que a redução significativa no tempo na fila pelo órgão, quase 50% em relação aos anos anteriores; 68% dos transplantes renais de 2019 foram realizados com receptores com menos de 12 meses de inscrição no Cadastro Técnico Único do Sistema Nacional de Transplantes. Desses, 47% esperaram menos de seis meses para receber as doações.

A professora Maria da Luz Rodrigues, 69 anos, ficou poucos dias na fila. Ela esperou apenas nove dias para ser chamada e realizar o procedimento. Luzia se preparava para dormir quando recebeu uma ligação que mudaria toda a sua vida: era a Central de Transplantes informando sobre o aparecimento de um rim compatível. “Na hora, nem ela nem eu acreditamos. Foi tudo muito rápido e tem aquela história de achar que demora demais, que nunca vai chegar a nossa vez, mas foi totalmente diferente”, conta a aposentada sobre o chamado rápido para a cirurgia.

Mais do que depressa Luzia e a filha Cecília Rodrigues, 29, se deslocaram para o Hospital Geral de Goiânia (HGG) para submeter à internação para os procedimentos de transplante. “O sentimento foi inexplicável, uma alegria que nunca imaginei sentir. Ainda hoje estou meio nas nuvens, sem acreditar que isso realmente aconteceu”, enfatiza Cecília.

Cecília revela que sua mãe fazia hemodiálise há 18 meses e que  quando ficou sabendo da possibilidade de doar o órgão, não pensou duas vezes. “Assim quando minha mãe soube que os rins já não funcionavam mais, ela foi informada da possibilidade do transplante. A primeira opção era eu ser doadora. Ficamos esse um ano fazendo todos os exames, e ela terminou antes de mim. Então, o médico informou que minha mãe já entraria na fila porque poderia acontecer de ela conseguir um rim antes que eu estivesse com tudo finalizado para doar. E assim aconteceu, em apenas nove dias a Central ligou para ela”, conta.

737 transplantes em Goiás

O rim é o órgão mais transplantado em Goiás segundo um levantamento da SES. De janeiro a outubro deste ano foram realizados um total 737 transplantes no Estado, sendo 465 de córneas, 174 transplantes renais, 51 de esclera, 13 de tecido músculo-esquelético, 59 de medula óssea e seis de fígado. Em Goiás o Hospital Geral de Goiânia (HGG) é responsável por 75% dos transplantes de rins e está entre os dez hospitais que mais transplantam o órgão no país.

De acordo com o Ministério da Saúde (MS), o transplante é única modalidade terapêutica que exige sempre a participação da sociedade. A doação é uma forma de seguro social, já que todos nós corremos o risco de virmos a necessitar de um órgão para nós mesmos ou para alguém da nossa família.

A legislação vigente no Brasil determina que a doação de órgãos ou tecidos da pessoa falecida somente ocorra sob a autorização legal do cônjuge, companheiro ou parentes maiores de idade, até segundo grau – pais, filhos, irmãos avós e netos. A Constituição Federal e a Lei dos Transplantes proíbem qualquer tipo de comercialização de órgãos e tecidos. A doação precisa ser altruísta, ou seja, a única recompensa é fazer o bem.

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