Com o uso de ferramentas on-line, a UniAraguaia tem proporcionado conhecimentos de metodologias ativas aos docentes para que possam interagir com os discentes nas aulas virtuais
Reportagem: Brunno Moreira, Juliano Moreira e Tiago Teixeira
Edição: Ana Maria Morais
O ensino híbrido é um método que vem ganhando força no sistema de ensino do Brasil e do mundo. É uma forma de ensino que usa metodologias ativas e interliga o presencial a ferramentas on-line, proporcionando maior interação e colocando o aluno como protagonista do próprio aprendizado. Com o avanço de novos casos de contaminação do vírus da covid-19, as aulas presenciais foram suspensas e o sistema de ensino precisou se adaptar e adquirir competências e metodologias para conseguir levar, de forma remota, o conteúdo até os alunos de forma clara e sem prejuízos na qualidade do ensino.
Foi o que o Centro Universitário Araguaia fez desde o início da pandemia em 2020: estabeleceu uma parceria com o Google For Education e tem promovido oficinas de formação aos docentes, para que eles possam usar nas aulas os recursos das plataformas digitais. As oficinas acontecem dentro da programação do Núcleo de Inovação e Tecnologias Educacionais (NITE), coordenado pela professora doutora Tatiana Carilly, e têm sido desenvolvidas pelos professores Leandro Lindemam e Maíra Tangerino, ambos especialistas em Metodologias Ativas. Nos dias 17 e 30 de março eles ministraram aulas de ensino híbrido para professores de cursos diversos da UniAraguaia.
No Google Meet e com o uso de outras plataformas, os professores mostraram as formas de o educador interagir com os alunos durante a aula on-line, fazendo com que perguntas possam ser respondidas em tempo real, que eles possam contribuir na construção de conteúdo e para que façam atividades em grupos e individuais.
Para a professora Tatiana Carilly, é importante o avanço dessas novas ferramentas nesse novo normal, já que o aluno passa por experiências com as plataformas, que serão utilizadas no mercado de trabalho. A instituição vem buscando plataformas modernas e acessíveis para a aplicação dos conteúdos, o que vem auxiliando na interatividade do corpo docente com os graduandos e pós-graduandos, sendo um grande enriquecimento para o ensino superior.
Segundo ela, os principais desafios para o ensino híbrido no atual momento é o manuseio das ferramentas ofertadas e a qualidade da internet em determinadas regiões geográficas, mas são obstáculos que vêm sendo superados aos poucos. “Após a pandemia, os alunos terão aulas presenciais no sistema do ensino híbrido”, pontuou Tatiana Carilly.
A seguir, confira uma entrevista concedida pelo professor mestre André Carvalho Lindemam sobre o tema, que é também psicólogo, doutorando em Psicologia e professor universitário.
Qual a importância do ensino híbrido?
O ensino híbrido procura alinhar o aprendizado online e o aprendizado presencial, otimizando os espaços para promover a melhor experiência ao aluno dentro do seu processo de aprendizagem. Quando falamos de ensino híbrido, falamos de momentos no presencial e momentos no ao vivo on-line. A importância, no meu ponto de vista, é porque é possível não somente no presencial, mas no on-line, fazer a interação de aluno, conteúdo e professor, utilizando metodologias ativas, colocando o aluno no centro do processo. O professor apresenta o conteúdo aos alunos e os alunos interagem com esse conteúdo, claro, com a supervisão do professor, utilizando metodologias ativas como uma sala de aula invertida. O aluno se apropria desse conteúdo sendo o principal ator desse processo. Ele se envolve com esse conteúdo, ele questiona o conteúdo, cria mais conteúdo, é claro que isso pode ocorrer tanto no presencial, quanto no on-line. Ao promover o papel principal ao aluno dentro do processo de aprendizagem, promover interações que ocorram utilizando recursos tecnológicos, promovendo colaboração e cooperação, temos aí vários critérios que poderiam nos mostrar a importância do ensino híbrido.
Você acha que esse tipo de ensino faz com que os alunos se interessem mais?
Tanto no on-line quanto no presencial, eu diria que é de suma importância a utilização de metodologias ativas, que são estratégias utilizadas para promover a autonomia do aluno, colocar o aluno no centro do processo para que todo conteúdo que é discutido em sala de aula não chegue pronto e acabado, que o aluno possa, individualmente ou em grupos, desenvolver e ter contato com o conteúdo por outras formas além do professor. Então, eu acredito que utilizando as metodologias ativas poderíamos promover o interesse maior do aluno pelo conteúdo que está sendo abordado, independente se será no ambiente presencial ou on-line, no caso do ensino híbrido. O que vai fazer o aluno se interessar mais é quando o educador utiliza metodologias ativas.
No pós-pandemia, quando as coisas começarem a voltar de forma parcial, o ensino híbrido auxiliaria e seria importante para esses alunos?
Eu acredito que sim, mesclar esse presencial com o on-line, utilizar esse modelo híbrido no qual temos contato, eu acredito que pode auxiliar e seria importante para o processo de ensino aprendizagem. Importante destacar que quando nós estamos falando de ensino híbrido, nós estamos falando de espaço presencial e espaço on-line.
Para os professores, esse método para avaliação seria mais eficaz ou dificultaria um pouco no aprendizado?
Quando nós utilizamos o ensino híbrido e utilizamos metodologias ativas, nós avaliamos de forma processual, de acordo com a atuação do aluno, as entregas que ele realiza, ele é avaliado, tanto no espaço presencial quanto no espaço online. O que dificultaria talvez não seja o ensino hibrido e sim a necessidade que existe de uma mudança que nós chamamos de mentalidade do educador em possibilitar avaliações de acordo com as interações do aluno, da entrega, da participação, do que ele traz do conteúdo, da interação com os outros colegas.
Para os alunos menos avançados, que poderiam sentir uma certa dificuldade durante esse processo, qual seria o papel do professor para auxiliar esses alunos?
O papel do professor é de suma importância porque ele realiza o desenvolvimento do plano de ensino, do plano de aula, no qual ele estabelece ali os objetivos de aprendizagem, quais recursos e estratégias ele utilizará para promover então a interação do aluno com esse conteúdo, para que os estudantes se apropriem desse conhecimento. Então, o educador ele precisa primeiro conhecer o que é o ensino híbrido, praticar metodologias ativas, conhecer o processo de avaliação, utilizando metodologias ativas, conhecer sobre tecnologia, para que ele possa favorecer para os alunos essa interação. Na UniAraguaia, nós temos parceria com o Google For Education, então os nossos alunos têm a possibilidade de utilizar os recursos que já estão disponíveis, e é importante que o professor se aproprie desse conhecimento e utilize desses recursos para ensinar aos alunos e, assim, que ambos possam utilizare e aproveitar ao máximo esses recursos tecnológicos.