Mobilidade Urbana – Novos projetos do Plano Diretor não correspondem às reais necessidades da população

Passageiros correm para conseguir pegar o ônibus no Terminal Praça da Bíblia. Foto: Paulo Henrique Dias

População pede melhorias na operação do transporte coletivo enquanto motoristas acham que novos meios de transporte coletivo devem ser explorados.


O projeto que começa a tramitar na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara Municipal, são propostas que constam na atualização do PD de Goiânia.

Além de aumentar a quantidade de vias que devem receber obras para adaptação a corredores exclusivos ou preferenciais, a proposta cria a figura de corredores estratégicos. Estes não terão vias prioritárias aos ônibus, mas serão utilizadas para a criação de linhas e a criação de pontos de embarque e maior frequência de viagem. Quanto aos corredores exclusivos, a prefeitura pretende dobrar em relação ao atual.

A proposta para o plano diretor, está disponível no portal da Câmara municipal, no site www.goiania.go.leg.br/plano-diretor

O projeto de lei, visa aumentar os corredores para ônibus e, consequentemente, incentivar a criação de estacionamentos privados e implantação de estacionamentos públicos para veículos comuns.
 

A Prefeitura de Goiânia busca promover melhorias na mobilidade urbana da cidade, para isso, pretende diminuir espaço para estacionamentos nas ruas, aumentando assim os corredores de ônibus e ciclovias. 

 Todos os cidadãos serão impactados com as mudanças. Parte da população concorda com o plano, mas para alguns usuários do transporte coletivo e motoristas, as mudanças não trarão melhorias. Principalmente se as empresas concessionárias do transporte coletivo não conseguirem se adequar.


No Terminal Praça da Bíblia, alguns usuários do transporte coletivo opinaram sobre o projeto, afirmando que nesta atual conjuntura, existem outras prioridades para a população, tratando de mobilidade urbana.

De acordo com os passageiros, estas mudanças previstas não atendem às reais necessidades dos goianienses, Maísa Costa, 58, que utiliza o transporte coletivo todos os dias para trabalhar, diz que “Primeiro a prefeitura deveria pensar em melhorias dos terminais e no transporte público em geral”. 

Terminal Praça da Bíblia – Usuários consideram o serviço ineficaz. Foto: Paulo Henrique Dias

Já a estudante Rebeca Leni, 18, que também é usuária assídua dos ônibus de Goiânia, diz não saber se esta situação do transporte coletivo na cidade vai melhorar, mas afirma que “Está faltando ônibus e eles estão sempre cheios e demoram muito para chegar. ”

Para o radialista Daniel de Paula, que percorre por diversas vias de Goiânia diariamente, “é importante a gente buscar melhorias para o transporte coletivo. É um transporte que leva mais pessoas, diminui o fluxo de veículos pequenos, que acarreta um grande número de carros nas ruas, mas a prefeitura deve investir em BRT, em VLT, em metrôs e em transportes que levem mais pessoas ao mesmo tempo, diminuindo as filas e o tempo de espera”.

Um motorista de ônibus que preferiu não se identificar, avalia que falta educação no transito, quanto aos corredores exclusivos. “as  melhorias nunca vem por parte da empresa e os corredores não melhoram o trânsito, a população não deixa de estacionar nas vias exclusivas para ônibus e vários carros trafegam lentamente, atrapalhando a passagem dos mesmos”.

O secretário de planejamento urbano, Henrique Alves, considera que as melhorias dependem das contrapartidas das concessionárias do transporte coletivo. “A concessão de transporte coletivo é metropolitana. Já existe uma licitação feita, e no contrato com as empresas, já estabeleciam as contrapartidas para a exploração dos serviços. A implantação dos corredores é responsabilidade do poder público, não das empresas. ”


Quando questionado sobre o prazo da implantação dos corredores e ciclovias, o secretário alegou que “O Plano Diretor não estabelece um prazo. Ele estabelece políticas púbicas, que as gestões, no prazo de dez anos vão ter que seguir. Depende de gestão e de recursos para que esse investimento seja feito”.


Reportagem: Vinícius Marques, Weronica Estevan, Lusia Couto, Paulo Henrique Dias

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