Número de cursos na modalidade aumentou em 700% nos últimos 10 anos | Foto: Prostock-Studio
Nathalia Silva e Thaís Mundim
O ensino a distância (EAD) trouxe uma nova forma para estudantes de todo o mundo poderem adquirir conhecimento. Impulsionado pela pandemia da covid-19, o EAD se tornou uma abordagem fundamental no cenário educacional, instituições de ensino em todo o mundo foram forçadas a se adaptarem às restrições de distanciamento social, acelerando a transição para o EAD.
Dados do Censo da Educação Superior divulgados pelo Ministério da Educação (MEC) no mês de outubro, mostram uma explosão da educação a distância (EAD) no Brasil. De acordo com as estatísticas, o número de cursos na modalidade ofertados no país aumentou 700% nos últimos dez anos, saindo de 1.148 em 2012 para 9.186 no ano passado (2022).
O crescimento de cursos EAD tem sido registrado no país desde os anos 2000. O ritmo aumentou a partir de 2018, impulsionado pela edição de um decreto do então presidente Michel Temer no ano anterior, que flexibilizou a abertura de polos de educação à distância no país. Desde então, houve um crescimento de 189,1% na oferta de cursos nessa modalidade.
Um dos principais benefícios do EAD é a flexibilidade. Os alunos agora têm a liberdade de escolher quando e onde estudar, ajustando o aprendizado às suas agendas. No entanto, os desafios persistem. A falta de interação presencial pode ser um obstáculo para o desenvolvimento de habilidades sociais. Além disso, a falta de motivação pode ser um desafio significativo para alguns alunos que optam pelo ensino a distância.
Em entrevista ao jornal Estadão, o ministro da Educação, Camilo Santana, demonstrou preocupação com o aumento rápido da educação a distância no país. Ele afirmou que o MEC vai aprimorar a regulação do setor e implementar novas diretrizes para qualificar os cursos EAD. “Não estamos aqui demonizando o ensino a distância, não. Ele é importante para facilitar a vida. Mas, quero prezar pela qualidade da oferta desses cursos”, disse o ministro.
Enade 2022
Em coletiva de imprensa realizada no dia 31 de outubro, o Ministério da Educação (MEC) e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgaram os resultados do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) 2022. Cerca de 49% dos participantes do exame são alunos de cursos ministrados a distância.
O relatório apresentado mostrou que a maioria dos estudantes avaliados que estavam matriculados em cursos presenciais tiveram notas entre 3 e 5 – nota máxima do conceito Enade. Já as notas dos estudantes de cursos da modalidade EAD ficaram concentradas nos índices 2 e 3.