Jovens conectados ao celular enquanto estão em uma roda de “conversa”. Foto: Kethllen Bianca
Redes sociais está entre os aplicativos mais acessados neste tempo
Pesquisa realizada pela Motorola em 2018, com jovens entre 10 a 19 anos, mostrou que 6 a cada 10 adolescentes utilizam o celular 12 horas por dia – a pesquisa foi feita com 65 mil brasileiros de todos os estados – ou seja, 60% dos pesquisados utilizam o celular na metade do seu dia, sendo a grande maioria conectados nas redes sociais.
Outra pesquisa publicada pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil, divulgada em julho de 2018, mostra que 49% dos internautas brasileiros usam apenas o telefone celular para acessar a rede e ficam, em média, nove horas e 14 minutos por dia conectado. O número, levantado pela Hootsuite e We Are Social, coloca o país atrás apenas de Tailândia (com nove horas e 38 minutos) e Filipinas (com nove horas e 24 minutos).
Isso nos leva ao seguinte questionamento: as pessoas estão vivendo ou estão navegando na internet? Ou melhor, estaríamos vivendo a internet? Para o psicólogo Orcimar Mendes, os jovens estão mais conectados porque “o seu desenvolvimento intelectual foi acompanhando as inovações tecnológicas, com isso a exposição e a facilidade de comunicação ficou mais eficaz, fazendo com os jovens sintam a necessidade de postar fotos enviar mensagens instantâneas” afirma.
Iasmin Luisa, 17, estudante de Educação física, se considera uma jovem conectada. Ela afirma passar o dia todo online e a primeira coisa que faz ao acordar é olhar o celular. “Fico nas redes sociais quase o tempo todo, eu saio de uma, entro em outra” conta a estudante.
Ainda de acordo com o psicólogo, as redes sociais podem trazer benefícios, mas o excesso causa preocupação. “As redes sociais no seu excesso se torna sim uma forma de fuga, a falta de contato social faz com que diagnósticos de transtornos seja cada dia mais comum, o prejuízo na qualidade do convívio familiar, a habilidade social, que vem com a capacidade de lidar com as próprias emoções, tem sido gradativamente prejudicada”. Ele ainda afirma que as pessoas têm tido dificuldades crescentes em lidar com conflitos face a face por estarem acostumadas a resolver tudo através de alguma tecnologia.
Mônica Cristina,34, esteticista, também está sempre conectada e assim como a Iasmin, a primeira coisa que faz ao acordar é usar o celular, porém, passa menos tempo do dia conectada. “Eu entro nas redes sociais mais a noite e de maneira nenhuma eu deixo o que leio me influenciar, porque muitas das vezes a realidade exposta lá é falsa e a minha é outra diferente”, conta.
Atitudes iguais, gerações diferentes.
Todas as gerações estão conectadas, isso é fato! Mas cada uma tem sua forma de agir. Como o psicólogo afirma, as novas gerações nasceram conectadas a tecnologia e a internet faz parte de suas vidas, já para as gerações de adultos e terceira idade, que viveu sem internet, são pessoas que estão começando a viver essa conexão e ainda podem optar por não se conectar ou conectar, por saberem como é viver a vida sem alguma conexão.
Desse modo, Orcimar Mendes trás sua preocupação como psicólogo, “o mundo tecnológico e de redes sociais está acessível a todos, a facilidade em se comunicar traz benefícios, a melhor idade interessa por conta da inovação, podendo ser prejudicial aos olhos da psicologia, pelo índice de isolamento e depressão causado pela falta de contato social” afirma.
Reportagem: Milva Siqueira, Kethllen Bianca, Luiz Felipe, Kaian Victor.