Mídia social aposta na mudança de algoritmo como estratégia de combate às fake news
Por Caroline Louise e Helena Ribeiro
Edição: Profa. Patrícia Drummond
Fake News foi considerada a palavra do ano de 2017 pelo dicionário Collins, por ser a mais utilizada, e principalmente por ter ficado mundialmente conhecida após os discursos de Donald Trump quando estava em campanha para a presidência dos Estados Unidos, acusando a imprensa de disseminar notícias falsas sobre sua carreira política. Fake News é um termo usado para se referir a notícias falsas. Essas notícias são publicadas na internet e se propagam em questão de segundos pelas redes sociais. Discursos distorcidos, opiniões fragmentadas, informações inverídicas são produtos tendenciosos da era fake news. Diante desta realidade, o Facebook elaborou ações para evitar notícias suspeitas, por meio da mudança de algoritmo, o que incomodou os meios de comunicação jornalísticos que usam o facebook para divulgar notícia.
As redes sociais são terrenos férteis para a proliferação de notícias falsas e tendenciosas. É fácil encontrá-las no feed de notícias do Facebook, mas é preciso atenção para identificá-las e, principalmente, não colaborar com a disseminação desse tipo de notícia. O Facebook anunciou recentemente apoio a dois projetos de combate a fake news no Brasil, que ainda estão em fase de desenvolvimento, mas devem estar disponíveis aos usuários em breve. As ferramentas prometem disponibilizar aulas online voltada a professores e alunos para ajudá-los a identificar as notícias falsas com maior facilidade. Já a outra permite que o próprio usuário desta rede social faça a checagem de notícias oferecendo meios rápidos e eficazes para isso.
Em 2017, o Facebook realizou várias ações para evitar que as publicações suspeitas sejam compartilhadas pelos usuários, uma alteração de algoritmo foi feita para que essas informações sejam checadas automaticamente, além de criar um botão que ajuda o usuário a conhecer a reputação do veículo. Esta alteração de algoritmo foi muito discutida pelos veículos de comunicação. A Folha de São Paulo deixou de publicar notícias na página do Facebook alegando que os produtos jornalísticos estariam sendo prejudicados por conta desta mudança, e que o Facebook estaria privilegiando os conteúdos de publicações pessoais, logo seria desvantajoso usar a rede.
Como a Justiça atua
As notícias falsas causam grandes consequências negativas na vida de quem é atingindo por elas. As consequências são reais e os números de vitimas só aumentam. A indignação pela falta de respaldo e proteção movimenta o cenário social. O advogado Vidal Chagas, que atua na área cível, conversou com a Agência de Notícias Araguaia Online sobre a disseminação de fake news pelas mídias sociais, sobre como a justiça atua nestes casos e aconselhou os usuários do ciberespaço: “Fazer uma checagem minuciosa sobre diversos assuntos divulgados na rede, antes de sair compartilhando tudo que vê pela frente apenas para mostrar que está por dentro do assunto”.
O senhor percebe um aumento nos casos judiciais sobre fake news?
Sim, na verdade fake news sempre existiu, mas de um tempo para cá as pessoas começaram a falar mais sobre esse assunto e, principalmente, começaram a buscar ajuda da justiça.
Existe alguma lei que pune as pessoas que fazem divulgação de noticias falsas?
Infelizmente não. O que temos no momento é o projeto de lei nº 6812/2017, foi criado pelo deputado Luiz Carlos Hauly, na qual a pena prevista é de detenção de dois a oito meses e pagamento de R$1,5 mil a R$4 mil de multas. Porém, as notícias falsas divulgadas nas mídias sociais podem ser encaixadas no artigo nº 139, dos crimes contra pessoa, quando tratadas no termo jurídico de difamação, que consiste em atribuir a alguém um fato determinado ofensivo à sua reputação, honra objetiva e se consuma, quando um terceiro toma conhecimento do fato.
Preocupado com as fake news, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vai fiscalizar e coibir quem disseminar conteúdo falso. Como o senhor avalia esta ação?
Isso já devia ter feito há muito tempo, em todos os casos não especialmente só agora por
causa nas eleições que irão acontecer.
No final do ano passado surgiu uma noticia falsa que o cantor Pablo Vittar teria conseguido a aprovação do governo federal para receber R$5 milhões por meio da Lei Rouanet. A noticia foi divulgada no jornal Folha de S. Paulo. O que o senhor tem a dizer sobre este episódio?
A Folha cometeu uma grande gafe ao divulgar essa informação sem ter conhecimento prévio do assunto. Até um jornal de grande circulação e importância também caiu na rede de fake news.
De quem é a responsabilidade pela disseminação das fake news?
A culpa por existir tantos assuntos voltados ao fake news é que as pessoas não fazem mais a checagem necessária antes de fazer a divulgação de algum assunto.
Como evitar a disseminação de fake news?
O conselho que eu dou é fazer uma checagem minuciosa sobre diversos assuntos divulgados na rede, antes de sair compartilhando tudo que vê pela frente apenas para mostrar que está por dentro do assunto.
O termo fake news ganhou repercussão quando o atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou um repórter da CNN de fabricar notícias contra ele e, por este motivo, recusou-se a responder perguntas do jornalista.
Isso mesmo. Lembro-me bem desse episódio. Depois dessa fala do presidente Donald Trump, o termo fake news ficou exposto e até os crimes cibernéticos ficaram conhecidos como fake news.
O que seriam estes crimes cibernéticos?
Crime cibernético é motivado por fraude, caracterizado por e-mails falsos enviados pelos criadores de phishing, que visam roubar informações pessoais.
Quais os procedimentos a tomar caso seja alvo desse crime?
O Brasil é o segundo país da América Latina que mais sofre com o crime cibernético. Por isso é importante que o usuário de meios digitais fique em alerta com as suas informações. O usuário tem direito e deve de recorrer após um ataque cibernético.