Tiquinho Soares (à direita) é o artilheiro do Brasileirão, com oito gols | Foto: Iconsport
Anna Júlia Moreira, Jhulie Caroline e Mauricio de Lavenère Bastos
A história do Botafogo Futebol e Regatas não começa em 1907, como dizem alguns torcedores apaixonados, nem em 1907, como escreveu o grande Lamartine Babo no hino, mas em em 1904, quando um grupo de estudantes do colégio Alfredo Gomes quis formar um grupo com a garotada das ruas São Clemente e Voluntários da Pátria, no Largo dos Leões, no bairro de Botafogo, na cidade do Rio de Janeiro. Usaram as cores preto e branco e chamaram ao time de Eletro Club, mas ainda não usaram a estrela solitária.
E 1907, na segunda edição do campeonato carioca – já com o nome Botafogo – o clube conquista seu primeiro campeonato carioca, que só foi oficializado em pela Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro em 1996, uma vez que o alvinegro teve o memo número de pontos que o Fluminense.
Saudosos torcedores afirmam que a melhor época do Glorioso foram as décadas de 1950 e 1960, quando se dizia que a seleção brasileira era formada tendo como metade de seus convocados jogadores do Santos Futebol Clube e, a outra metade, jogadores do time de Coronel Severiano.
O clube, conquistou trinta e duas vezes o campeonato carioca, mas foi campeão brasileiro apenas uma vez, em 1995 (sobre o Santos Futebol Clube).
Dando um salto no tempo – e deixando de falar do interminável jejum a que o time submeteu seus torcedores por vinte e oito anos – chegamos a 2023, ano em que, já funcionando como SAF (sociedade anônima do futebol, lei aprovada pelo congresso nacional em 2021 e que permite que clubes migrem de associações civis sem fins lucrativos para associações empresariais), e sob propriedade do megaempresário e milionário estadunidense John Textor, o Glorioso deu início ao campeonato brasileiro de forma indiscutivelmente gloriosa.
No primeiro turno, igualou sua campanha à campanha do Corinthians de 2017, marcando 37 gols (sofrendo apenas 11), e atingindo 47 pontos. O Alvinegro chegou a abrir a inédita vantagem de treze pontos em relação ao segundo colocado, mas, em 30 de junho, Luiz Castro – o técnico português que levou o Glorioso à Glória – anuncia que aceitou a milionária proposta do árabe Al Nassr.
Com isso, o clube contratou outro português; Bruno Lage. Lage não conseguiu fazer um bom trabalho à frente do time e, depois que dez jogadores reclamaram com John Textor sobre algumas decisões do treinador, foi demitido. Em seu lugar, veio Lúcio Flávio, que ficou por apenas sete jogos.
Agora, na penúltima rodada e sob o comando de Tiago Nunes, o Botafogo está em quinto lugar no campeonato brasileiro – sem chances de ser campeão – e decepcionando seus torcedores. A moral desta história é que a soberba não é uma boa companheira a ser levada para dentro de campo.