Animais de estimação também são fumantes passivos

Texto: Maria Planalto

Edição: Vinicius Martins

Crédito da foto: reprodução/internet

 

Os danos causados à saúde pelo cigarro são muitos, comprovados pela ciência e de conhecimento de boa parte da população. De acordo com o Instituto Fernandes Figueira (Fiocruz), o número de mortes causadas pelo tabagismo no Brasil chega a 156 mil ao ano. Mas o que muita gente não sabe é que os riscos de problemas cardiorrespiratórios e pulmonares também atingem os animais que convivem com fumantes.

De acordo com a médica veterinária Tatiana Braganholo, muitos estudos têm reforçado as constatações de que a proximidade dos pets com a fumaça do cigarro pode ser tão prejudicial a sua saúde como é para os humanos. Um levantamento da Universidade de Glasgow, por exemplo, mostra que os animais de estimação podem ter até mais chances de desenvolver problemas decorrentes do fumo passivo do que os humanos.

Isso acontece porque além de inalar a fumaça, os bichos podem ingerir os vestígios de nicotina presente em seu pelo durante sua rotina de limpeza, quando costumam se lamber. “Em muitos casos os cães desenvolvem câncer de pulmão ou de cavidade nasal. Já os gatos têm mais chances de ter linfoma”, explica a veterinária.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil ocupa o oitavo lugar no ranking de número absoluto de fumantes, cerca de 11 milhões de homens e sete milhões de mulheres. E ao mesmo tempo, 44% dos domicílios brasileiros possuem ao menos um animal de estimação, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Gatos sofrem mais

Alguns estudos também apontam que os gatos correm mais riscos quando se trata do fumo passivo. Há algumas teorias que explicam o porquê, entre elas está o fato desses animais conviverem em outros lares quando criados livremente, o que pode fazer com que tenham contato com fumantes mesmo quando o tutor não tem o hábito de fumar.

Uma outra linha de pesquisa afirma que, por serem animais mais territorialistas, os felinos tendem a passar mais tempo em casa do que os cães, já que esses são criados muitas vezes na área externa. Isso também proporcionaria aos gatos um aumento do contato com a fumaça.

“Os danos em longo prazo são inegáveis para todos os animais. Alguns podem inclusive apresentar alergia ou doenças de pele por causa do contato constante com a fumaça”, afirma Tatiana. Segundo ela, se o tutor não consegui parar de fumar, o ideal é que mantenha o animal distante da área em que costuma fumar.

Intoxicação

É importante lembrar que as cinzas e restos de cigarro devem ficar fora do alcance dos animais, já que quando ingeridos podem causar intoxicação. Provocando tremores, espasmos ou convulsões, salivação excessiva, pupilas dilatadas, alucinações auditivas e visuais, excitação, taquicardia, vômitos e diarreia nos animais. “Alguns pets, principalmente os de pequeno porte, chegam a entrar em coma se consomem grande quantidade de tabaco”, alerta Tatiana.

Tratamento

Os tratamentos para linfoma nos animais variam de acordo com a complexidade de cada caso ou estágio da doença. A boa notícia é que procedimentos cirúrgicos e sessões de quimioterapia podem curar a enfermidade. No entanto, o custo é bastante alto: chegando a até R$ 7 mil.

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