LUCIANA FERNANDES
Quem disse que a vida animal é fácil? Eles também sofrem com a dor e o abandono por pessoas que não tem os cuidados devidos para criar um animal de estimação. Segundo a Médica Veterinária, Silvia Schultz, cães e gatos são os animais que mais preenchem as necessidades físicas e emocionais das pessoas. No entanto, cuidar de um animal exige tempo, paciência, amor e muita responsabilidade, principalmente estrutura física e, muitas vezes, as pessoas acabam por abandonar estes animais.
Infelizmente a atuação do governo é praticamente nula, tratando-se da ausência de parcerias que promovam a adoção destes animais e leis mais duras para quem comete crime de maus tratos. Diante de um problema de cunho social é que Organizações não governamentais unem forças para resgatar animais abandonados. Muitos são encontrados em caixas deixadas nas ruas; outros vagando sem rumo e sem alimentos; cães acorrentados em lotes baldios e casas sem moradores.
Segundo N. S, voluntária em uma ONG para animais abandonados, em Goiânia, não quis se identificar e pediu para não divulgar o endereço da ONG devido à quantidade expressiva de animais que são abandonados na porta do abrigo e outros são jogados pelo muro sem a preocupação de que o animal vá se machucar.
Angustiada com o extremo descaso da população e do governo, N.S desabafa:
“Tenho um trabalho de anos na proteção animal, antes como não precisava, porque tinha uma vida financeira estável e tinha um número bem menor de resgatados, não pedia ajuda alguma e ninguém ficava sabendo de nada, de quanto eu gastava em clínicas, castrações, rações, além de ajudar muitos grupos e alguns protetores e além de ajudar muitas pessoas também” .
A protetora de animais também enfatiza a saga enfrentada para que estes animais recebam cuidados até encontrar um novo lar.
“Tenho hoje 120 animais entre cães e gatos e aqueles em situação extrema dormem comigo no meu quarto, cerca de seis cães que não tiro os olhos deles porque são cegos, paraplégicos ou com lesão neurológica. O restante fica no abrigo. Cuido da limpeza, medicação, banhos, alimentação, tudo isso com a ajuda do marido”, e explicou: “Além desse trabalho, somos representantes comerciais. Depois que perdi minha empresa, não vivo à custa de resgates ou dos animais e tão pouco do pouco das ajudas que recebo com muito carinho dos meus amigos”.
N. S também conta que os desafios da ONG vão além do resgate e de ajudas financeiras, mas principalmente lhe dar com as críticas de quem não se compadece dos casos. ”Eu vejo pessoas falando mal do meu trabalho, dizendo que sou uma faixada e que minhas fotos com animais são para eu aparecer e receber ajuda. Sinceramente, não sei o que é pior, perder tempo vendo essas coisas de pessoas sem respeito ou lutar todos os dias sozinha e com dívidas imensas das clínicas, ração, vacinas, com pedreiros e materiais de construção.Tenho animais paraplégicos, cegos, com problemas psicológicos de traumas”, e arrematou dizendo, “Aparecer eu não preciso, mas, receber ajuda com essa quantidade de animais e com casos difíceis, sim…eu preciso mesmo, porque a responsabilidade social é de todos nós!”.
O Desafio de ONG´s é um processo contínuo desde o resgate ao tratamento do animal até a recuperação e o encontro de um lar. Muitas, contam com a divulgação dos casos nas redes sociais e a colaboração das pessoas que se comovem e se identificam com a causa.
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ABANDONO NO BRASIL
Segundo a Organização Mundial da Saúde, com estatísticas de 2013, a média de animais abandonados no Brasil chega a 30 milhões. Este número compõe gatos e cachorros sendo que em cidades de grande porte, para cada cinco habitantes há um cachorro. Destes, 10% estão abandonados. No interior, em cidades menores, a situação não é muito diferente. Em muitos casos o numero chega a ¼ da população humana.