A “Revolução da Qualidade” está chegando! Em um blog perto de você

É bem isso. Em 2015 estamos passando por uma mudança na internet.
Antes as pessoas ansiavam por textos curtos, conteúdo rápido. Era um frenesi de usar a internet em quantidade. Talvez fosse o reflexo de um tempo em que tínhamos um limite na conexão — o tempo do provedor, as poucas horas do final de semana (a duração do pulso único), ou mesmo o dinheiro x tempo na lan house; Talvez seja o amadurecimento, o costume de usar a tecnologia nos faz sermos menos deslumbrados com cada botão ou link que vemos.
Por isso, independente do que você ou eu pensemos que é um conteúdo bom, quando falo em qualidade falo em aprofundamento, em reflexão, em um conteúdo que é menos efêmero e sem preocupação com o quão longo deve ser: ele é do “tamanho” que precisa ser.
Como se ele fosse uma estrada: Antes, o nosso objetivo era pegar uma freeway, que levasse do ponto A ao ponto B em uma reta, no melhor espaço de tempo. A intenção não era apreciar o conteúdo, apenas consumi-lo e ficávamos felizes em pegar um túnel, contanto que ele nos fizesse terminar a viagem mais rápido. Agora, aprendemos os prazeres de pegar uma estrada que talvez tenha mais voltas, e demore mais tempo, mas que nos traz paisagens mais bonitas, um tempinho para saborear o caminho, e refletir sobre o que vimos.
E por isso, cada vez é mais comum ver textos longos tomando conta da tela e da atenção dos leitores. Os parágrafos mais elaborados e explicativos não são apenas uma questão de estilo: o autor mede suas palavras (parça), com o intuito de desenvolver uma narrativa que crie uma conexão com os leitores. Agora, a intenção é criar uma relação emocional, onde antes a intenção era criar um produto de consumo rápido, que permitisse o maior número de pageviews no menor espaço de tempo.

Lendo como se não houvesse amanhã
E não é lindo isso? A reorganização de um pensamento e a transição de um formato que era para o consumo e descarte, agora é para que se possa guardar e agregar.
Essa é uma prática que já existe desde que a internet existe, mas ela não era comum (e, para alguns, nem bem vista) e existem alguns ótimos blogs que se construíram assim antes de “virar moda”. Só que, agora, o que antes era exceção está virando regra, e um dos maiores expoentes disso é a popularização do Medium.

BLOG + REDE SOCIAL

“O importante é o conteúdo, e não a plataforma em que ele é publicado”, alguns podem dizer. Eu discordo em parte. As vezes a plataforma é muito importante pois, por mais interessante que seja algo, se ele não tem os meios para encontrar o seu espaço e público, ele não ganha relevância. E a relevância do textão não se popularizou antes, porque não tínhamos o local e o cenário certos? Talvez:
  • Tumblr já foi a “plataforma da vez”. E mesmo assim, não era local de textão.
  • Outras plataformas de blog não foram o suficiente para serem consideradas pelas “práticas da indústria”, o local ideal de textão.
  • Linked In lançou a sua plataforma de textão. E o que parecia ser o local ideal, já que uma das características do textão é mostrar que o autor pensou bastante sobre o assunto, e tem domínio suficiente para escrever sobre… Bem, se mostrou uma ferramenta pouco amigável. E pouco relevante.
Já o Medium é diferente. Ele foi criado para o textão: o seu design, a sua facilidade de escrever, a sua lógica de funcionamento: como você segue publicações, autores, escreve respostas e comentários, além da maneira com que tudo isso é compartilhado no seu… olha só… Newsfeed! Ele é uma tentativa muito bem-sucedida de misturar o Brasil e o Egito os blogs e as redes sociais, e ainda popularizar os conceitos por trás do uso de Feeds e leitores de RSS.
E é em momentos como esse, que revoluções são possíveis. Existe um movimento em direção à um novo comportamento, e ferramentas que permitem a sua popularização, divulgação e estabelecimento.

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