Foto: Arquivo do filme.
Sabe quando você vê alguém bonito, atraente, e ele sorri e seu coração fica igual manteiga derretida em cima da torrada? É exatamente assim que se sentia Rebecca Bloomwood quando via uma loja.
Texto: Daniela Melo
Edição: Vinícius Marques
A História que se passa em Nova York , mostra a vida de uma jovem compradora compulsiva que trabalha como jornalista. Ela não consegue se controlar no quesito “compras”. Os doze cartões de crédito são insuficientes para que ela compre as roupas que deseja adquirir. Seu quarto mais se parece com um provador de loja, inundado de peças, sapatos, bolsas e afins espalhados, e ela não se cansa de comprar mais. O detalhe é que Rebecca não é rica, pelo contrário. Tanto que suas dívidas já chegam à quase 16 mil e a situação piora quando ela acaba de ser demitida, por ironia do destino.
Todos os problemas financeiros e de trabalho não impedem Becky de querer ardentemente fazer compras, principalmente aquele echarpe da Denny and George que estava em liquidação, e que inclusive era a ultima da loja, exposta em uma vitrine! É nesse momento que surge o misterioso Luke Brandon para salvar o dia e garantir a aquisição da echarpe. Ele é dono da Brandon Communications, uma empresa de RP (Relações Públicas). Rebecca consegue um emprego numa revista de finanças, trabalhando ao lado do editor Brandon. Com sua visão particular em relação ao dinheiro, ela acaba fazendo sucesso junto aos leitores da revista onde trabalha. Mostrando com sua própria experiência as consequências de tais atitudes.
A vida caótica de Becky Bloom, de dar às voltas para driblar o gerente do banco e não pagar as próprias contas faz com que Becky se dá conta da gravidade de seus problemas financeiros e arregaça as mangas para resolvê-los a primeira providência, é comprar um livro de auto-ajuda com finanças. É muito engraçado ver como ela tenta economizar e não consegue, nos fazendo refletir que as vezes compramos coisas que não precisamos.
Este filme dirigido pelo cineasta P.J. Hogan nos alerta sobre os diferentes tipos de persuasão que encontramos ao nosso redor, O filme começa na infância de Rebecca, num retrato perfeito da ideologia capitalista: “Quando eu olhava para as vitrines, via outro mundo. Um mundo de sonho repleto de coisas perfeitas. Um mundo onde as meninas crescidas compravam o que queriam. Eram lindas como fadas e princesas. Nem precisavam de dinheiro, tinham cartões mágicos”, ela narra. Neste trecho, podemos perceber a inocência de uma criança sendo usada pelas armas de divulgação capitalistas (neste caso, as vitrines) para um controle ideológico. Assim são formadas as crianças no mundo capitalista.
Pode-se dizer que este filme também mostra os muitos lados negativos do consumo desenfreado, que vai de encontro diretamente com a crise financeira que o planeta enfrenta no momento. O poder persuasivo apresentado no filme dá-se por meio das vitrines deslumbrantes de Nova York, com manequins animados que praticamente chamam, convidam as pessoas que por ali passam, a entrar e adquirir os produtos oferecidos por marcas famosas. Os Delírios de Consumo de Becky Bloom, mostra de maneira engraçada e criativa e acima de tudo nos ensina que se não controlarmos nossas vontades pagaremos um alto preço por isso.