Vendedores ambulantes enfrentam dificulades para comercializarem seus produtos no Terminal Praça da Bíblia

Ambulantes  encaram no dia a dia de comércio consumidores exigentes que buscam preço baixo e qualidade
 
A vendedora Maria Bonfim, de 42 anos, quase sussurra. O assunto pode ser assuntado por qualquer passante, mas dispara: “Olha, uma das formas de higienizar as calcinhas é lavar com sabão neutro em água quente e corrente”. Além de vender calcinhas e lingerie e sutiãs de várias cores, Maria dá dicas.
“Quando a gente ensina, elas voltam”. É o segredo de quem aprendeu tudo na internet. “Chego em casa e pesquiso tudo sobre roupas íntimas”, conta.
O cenário é o  terminal Praça da Bíblia que se encarrega de direcionar milhares de pessoas a suas casas todos os dias. O vai e vem de pessoas no meio de uma semana, como na segunda-feira, é intenso.

Barraca de produtos diversos no Terminal Praça da Bíblia
A movimentação não favorece apenas àqueles que estão diretamente ligados aos ganhos do transporte coletivo. São cerca de 60 barracas acomodadas nas plataformas A e C do Terminal.
O exemplo de Maria é apenas um de vários motes para se esquivar de shoppings centeres, já que o produto está ali, ao lado.
Numa só barraquinha, pode-se comprar cerca de 400 “bugigangas”, como chama a vendedora Valquiria Santos, trabalhando há três no terminal. “Aqui a gente tem de apostar na exposição dos produtos”, explica.
Marinalva Coutinho veio da Bahia tem 20 anos. Trabalhou até de vender pequi nas ruas do Centro de Goiânia. “Larguei o pequi porque eu nunca gostei daquele cheiro”, confessa, atendendo a uma cliente antiga.
Antônia Sônia Alencar, de 57 anos, só compra salgado de Marinalva. “Ela não é sebosa. Olha só a limpeza das coisas dela”, diz, antes de esbarrar no copo de suco do marido.
As histórias naquele terminal, nas beiras das barraquinhas são de se impressionar. Uma mulher que disse que não contaria o nome, principalmente se fosse para jornal, disse que tem “muita gente safada” no terminal. “Aqui tem muito material de péssima qualidade”, conta, quase sussurrando.

Produtos armazenados diariamente no improviso

Ana Paula Félix

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